segunda-feira, 24 de maio de 2010

RÁDIO E EDUCAÇÃO




Quando falamos em educação, pensamos automaticamente em um professor que passa a aula inteira falando para uma quantidade grande de alunos os quais apenas escutam passivos todo o conteúdo que lhes é exibido. Algumas vezes, alguns educadores recorrem ao uso de certas tecnologias, como o retroprojetor por exemplo, mas não o fazem de maneira correta e satisfatória, muitas vezes apenas lendo as transparências. Em algumas escolas e universidades é empregado o uso do televisor como apoio ao ensino normal. Os jovens recebem muitas informações tanto da escola como do rádio e da televisão, mas não há uma integração entre essas diferentes fontes de conhecimento. Não basta utilizar um vídeo na sala de aula sobre a metamorfose da borboleta, mas mostrar como ter uma atitude crítica e reflexiva com relação aos conteúdos oferecidos pelos meios. Além destes serem fontes de informação sobre a realidade de uma sociedade, despertarem o interesse pelo saber, contibuiem para a formação pessoal e integração social dos indivíduos.

Uma área que pode ser bastante trabalhada pelo emprego do rádio nas escolas é a da expressão oral, a utilização da voz como instrumento de comunicação e o aperfeiçoamento da dicção através da observação da fala. Os próprios alunos produziriam programas a serem veiculados, fariam experimentos com o equipamento radiofônico. O desenvolvimento da expressão oral é de fundamental importância para o futuro dos jovens já que diminui muitas dificuldades de integração social que viriam a ter. Podemos perceber que a evolução tecnológica dos meios de comunicação gerou a necessidade de modificação dos métodos de ensino. Primeiro surgiu o ensino em domicílio através dos correios, depois veio o rádio com suas aulas à distância, vemos também o emprego da televisão com as tele-aulas e temos até a internet sendo utilizada com tal finalidade. Além de seus usos como apoio ao ensino escolar.

Apesar dessa mudança nas escolas, estas não estão acompanhando o processo evolutivo. Constata-se a necessidade de uma reengenharia da educação pois é necessário extrapolar as questões dos conteúdos curriculares, da didática para encontrar caminhos mai adequados e congruentes com o momento histórico em que vivemos. O rádio é visto como o meio de comunicação mais adequado para a educação da população já que tem maior alcance em distância e maior audiência que qualquer outro, também possui uma relação mais íntima e pessoal com o ouvinte, maior potencial educativo, é um vínculo entre sociedade e indivíduo, tem custo moderado de produção e transmissão, o surgimento do transistor tornou seu consumo individual, pode ser levado a qualquer lugar, tem capacidade de adaptação local, constante atualização das notícias e conhecimentos, relação custo-benefício vantajosa, entre outras.

Outra grande vantagem deste sobre qualquer outro meio é que estimula a criatividade e a imaginação do ouvinte pois emprega somente sons e ruídos e com isso a pessoa constrói todo o cenário em sua mente, cada um da sua maneira. Este meio de comunicação pode ser empregado de duas formas na educação: como substituto do profisisonal de ensino escassamente especializado pedagogicamente e de extensão para complementar os conhecimentos que os professores tenham explicado. No caso de ser utilizado como substituto, observamos o surgimento de cursos técnicos e profissionalizantes, ou até de alfabetização através do rádio. Alguns países adotaram estes programas e conseguiram alfabetizar consideravél quantia de pessoas, como o Projeto Nordeste e o Projeto Mibervar, tornando-as mais conscientes com relação a política, economia e cultura de sua região, mais humanas e diminuindo um pouco a grande diferença social.

Mas observemos o detalhe de que rádio educativa não quer dizer que esta ofereça estes tipos de cursos, seu conceito está confusamente ligado à ideia de escola radiofônica. As rádios educativas como a Rádio Cultura AM e FM têm uma visão mais cultural, objetivando gerar discussões de idéias e de mobilização da sociedade, chamando os ouvintes para participarem de ações em sua localidade e tornando-os sujeitos ativos. Veicula conhecimentos sobre educação sanitária, alguns aspectos de interesse doméstico e familiar, passatempos, artes, assuntos públicos que são assimilados eficazmente se transmitidos de forma clara e convincente. Podemos lembrar o verdadeiro conceito de ráido educativa ao observarmos o esquema de programação da primeira estação brasileira, a Rádio MEC. Esta era restrita a programas educativos e não permitia a veiculação de propaganda comercial pois poderia comprometer o conteúdo e confiabilidade dos programas pela influência dos anunciantes.

Já a característica do rádio como instrumento de extensão do ensino das escolas está presente quando o professor utiliza este meio para trazer questões que estã sendo abordadas na atualidade que não estão nos livros didáticos ou para aompanhar alguma parte do ensino. Os profissionais do rádio precisam ser conscientes deste caráter educador, do compromisso social do veículo no qual trabalham. Necessitam melhorar a qualidade e o tipo de infromação oferecido, apoiar e incentivar movimentos sociais, depertar o interesse pelo estudo e conhecimento, conscientizar sobre questões políticas além de propiciar entretenimento. Mas não basta a boa vontade das pessoas que trabalham com o equipamento radiofônico e na produção das emissões já que os programas precisam ter um objetivo pedagógico claro e de valor educativo pertinente, não adianta produzir qualquer coisa sem o auxílio de especialistas e educadores do material ensinado. O contrário também é verdadeiro, um programa produzido somente por educadores sem a ajuda dps produtores de rádio não obtem o mesmo efetio pois os primeiro não possuem o conhecimento da arte da produção deste veículo, transportando de forma mecânica as técnicas proprias de uma sala de aula ao estúdio.

Concluimos que o rádio é um meio de comunicação bantante importante para a sociedade pois possibilita a construção do caráter, conhecimento, de pensamento crítico, cosncientização, motivação e humanização do indivíduo. Além das radios educativas e escolas radiofônicas, as emissoras normais deveriam atente a esse caráter educativo e social do veículo, ajudando assim a melhorar a vida de muitas pessoas.

(Rachel Frota é estudante do Curso de Publicidade e Propaganda da UNIFOR)
http://www.comidia.ufrn.br/toquederadio/html/artigo06.htm

Nenhum comentário:

Postar um comentário